Google+ O Riso e o Siso: 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Rock na véia

A cena mais Rock`n Roll dos últimos tempos no Brasil ficou a cargo dos coroas do Ultraje a Rigor. Posicionamento firme, contestação e crítica, típicos da juventude foram muito bem representados pelos tiozões do Rock. Enquanto isso a juventude Rock, as bandas do momento, fazem cara triste, cara de alegre, vestem colorido ou delicado, com cabelinhos desplicentemente bem preparados. Para esses atores podemos imaginar diversas cenas: O vocalista, com aspecto delicado e sombrio, sobe ao palco fazendo beicinho e aos prantos, reclama da vida, solta alguns palavrões, xinga de bobo, feio, chato aqueles que provocaram a rusga, embora sintam uma tristeza profunda por terem sidos mal compreendidos pela banda estrangeira nos camarins e terem sido cobrados pelo mau tempo, reclamam pela falta que fazem os pais ali para protege-los. A platéia toda faz beicinho, mostram o dedo, se sentem irritados e se consolam, meninos abraçando meninos e meninas com meninas, pois o contrário dá nojinho.
Outra cena seria o líder juvenil subir ao palco, com roupas extravagantes, colorido gritante, óculos sem lentes para realçar o rostinho bem esculpido e tratado no hidratante com protetor solar desde o nascimento, pedindo desculpas a todos, à outra banda de ares despóticos, ao público, aos técnicos, ao sol, à chuva, às plantinhas sendo pisoteadas, à terra e à àgua misturadas em lama. Toda a banda se abraça, todos sorrindo, pulando e se curtindo histéricamente, comovidos com a boa educação do vocalista, o público comunga com o clima beatificado, a beleza dos integrantes, a beleza das cores, a beleza da vida e das boas condições que os pais lhes proporcionam na vida e abraçados gritam, choram e se emocionam, formam um coração com as mãos, ameaçando revolucionar o mundo pois são uma família que não desiste nunca e dizendo que irão xingar muito no twitter hoje, pela falta de educação dos estrangeiros e pelo atraso que a chuva e o mal planejamento provocaram.
Aqueles que deveriam se preocupar com mudanças, utopias, já não o fazem, não contestam e reclamam que antigamente era melhor, as pessoas eram mais inteligentes e engajadas, havia mais cultura etc. Rechaçam atos de rebeldia, rotulam de baderna e se sentem mal de verem que os mais velhos é que se movimentam...
Os cães que farejam o futuro já estão perdendo os pelos e os sentidos. Logo nos desligaremos do porvir e viveremos pasmados apenas do presente.