Google+ O Riso e o Siso: junho 2014

terça-feira, 17 de junho de 2014

A água, o pelouro e o picolé de chuchu

O prefeito de Londres comprou daqueles carros que lançam jatos d`água para conter manifestantes. Resolveu imitar o Alckmin. É a escola PSDB de resolução de problemas sociais.
O carro parece um tanque de guerra, mas em vez de míssil, lança jatos d`água. Isso reacendeu a rixa entre ingleses e franceses. Os franceses estão preocupados. Um canhão de jato d`água faria debandar seus exércitos.
Depois o prefeito Boris Johnson teve que se explicar numa entrevista: o carro é proibido na Inglaterra. Não acham ele seguro para conter manifestantes. Aí o Alckmin gargalhou. "Não é seguro para manifestantes? Então vou aumentar o policiamento".

Os coxinhas brasileiros não entenderam a preocupação com a segurança dos manifestantes.

A lógica aqui é a seguinte: você é cidadão dentro da sua casa, na rua você é uma ameaça e deve ser abatido
Se estão preocupados com uma mangueira jogando água, imaginem balas de borracha na cara!
O repórter que entrevistou Johnson o desafiou a provar que o carro era seguro e o prefeito topou. Depois de entrar em contato com a fábrica e observar testes realizados em pessoas nos países de terceiro mundo, ele irá marcar a data.

Os coxinhas aqui ainda estão tentando entender a preocupação com a segurança dos manifestantes. "Não entenderam? Então vou aumentar o policiamento".

Seria mais fácil o prefeito desconversar, durante a entrevista, ou mandar a polícia descer o cacete no repórter, dizem alguns. Ele só quer aparecer, dizem outros.
Como a polícia de Londres é a melhor do mundo, se não conseguem nem calar a boca de um repórter?
Na mente doentia do brasileiro, governador bom é aquele que desrespeita. Esse sim tem poder!
No período da escravidão não havia democracia, porque era sempre a mesma pessoa que nos chicoteava, não havia rotatividade. Essa é a definição de democracia.

Agora nós elegemos pessoas para nos açoitar durante quatro anos e depois muda.

A ideia de lançar jatos d`água não é original, não tem nada a ver com a seca do Sistema Cantareira o fato do Alckmin gastar R$35 milhões nesses carros. Já na época da ditadura existia o caminhão que era apelidado de Brucutu. Ele fazia o terror na época em que os adultos eram presos e torturados. Até que um dia ele foi chamado para conter uma revolta e quando todos se preparavam para o doloroso jato no lombo, só o que saiu foi um mijinho. O Brucutu broxou. O povo riu. Os soldados broxaram. A ditadura broxou. Voltou a democracia. Mas os tucanos tomam Viagra.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Aventuras ao redor do mundo: Vietnã, continuação...


Continuação da última semana, em que nossos intrépidos e destemidos correspondentes internacionais trabalharam de mula de carga no Vietnã, se hospedaram num muquifo, no décimo terceiro andar do "Quero Ser John Malkovich", e dormiram no quarto do "jogos mortais":


Barriga e cabeça cheias. Era hora então de caminhar pela vizinhança para reconhecer o terreno, e também para poder chegar naquele quarto de.... (hotel?) o mais tarde possível, de maneira que pudéssemos deitar e dormir sem pensar de onde vinham aquelas marcas de sangue no lençol. (Eu podia jurar que vi aquele palhacinho no triciclo andando pelo corredor!).
Na caminhada noturna vimos bastante da vida simples vietnamita e me pareceu não haver muitos turistas naquela parte da cidade, pelo menos não nas ruas por onde passamos. Até encontramos um mercado de rua muito legal, vendendo de tudo o que você possa imaginar. Um tipo dessas feiras-do-rolo que a gente vê no Brasil, mas com muito mais coisas novas do que usadas. Nada de órgãos humanos!
Você alguma vez já reparou nas etiquetas das roupas e sapatos que você usa para ver onde eles foram fabricados? Tá, concordo que a maioria que você vai encontrar diz 'made in China', mas talvez a segunda maioria seja 'made in Vietnam'. E nessas feiras de rua tem pra vender somente tudo o que eles fabricam.
E foi ali que comprei uma capinha para o meu telefone, e foi ali mesmo que ele foi roubado de dentro da minha bolsa, minutos depois.

Enfim, fechamos o dia com chave de ouro.

Clique aqui para ver a primeira parte...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Aventuras ao redor do mundo: Vietnã

Bom, eu parei de escrever em algum ponto da Tailândia. Tive meu celular roubado e por isso me perdi nos fatos. Desanimei de escrever no papel e caneta.
Ah... A Tailândia! Que saudades. Meu estilo de vida super Ocidental está dando muito mais pontos pra Tailândia no quesito: de qual pais você mais gostou? 

Bom, mas a experiência no Vietnã foi super legal, o Vietnã é um país com belezas naturais e cheio de histórias pra contar. Mas pra ser sincera eu fiquei um pouco aliviada de sair de lá e vir para o Camboja. Eu sei que meus sentimentos em relação ao Vietnã estão todos relacionados ao impacto do primeiro dia e sei que talvez daqui a algumas semanas eu tenha uma outra opinião sobre esse assunto. 
As primeiras horas em território vietnamita foram um pouco (in)tensas. Já no aeroporto da capital, Hanói, houve uma tensão porque havia uma taxa de visto a ser paga e eu não tinha dólares nem a moeda local, só euros. Não aceitavam cartão, a foto que eu trouxe tinha sido despachada na mala errada, enfim, resolvidas essas tensões primárias e passageiras, visto concedido, é hora de descobrir como chegar à cidade. Já na porta do aeroporto é fácil descobrir: você se depara com um milhão de motoristas de táxis, ônibus, tapete voador querendo te levar ate a cidade. Eu, óbvio, fui pela opção mais barata, o ônibus, que era mais uma van (ou uma lotação para os mais inteirados no assunto) e não é que o ônibus já me quebra nos primeiros 500 metros de rodovia? Simplesmente parou de funcionar. E quem teve que 'dar uma mãozinha'? Era uma van de tração animal. A gente paga pra ser levado e acaba tendo que levar. Tudo é ao contrário... ainda bem que eu não tava comprando comida. Ok, é claro que eu não reclamaria de empurrar uma van numa rodovia, desde que o trânsito não fosse aquele de Hanói. Você sabe do que eu estou falando? Pergunte ao Google, ele sabe.

Problema inicial de transporte resolvido; hora de fazer o check in no hotel reservado alguns dias antes, através daquele famoso site de hospedagem barata. 
-Oi eu gostaria de fazer o check in. Meu nome é camila 
-Camila ? Você reservou online?
-Sim, e já até paguei um depósito.
Depois de olhar umas dezenas de vezes a frente e o verso de um mesmo papel:
-Mas por qual site?
-Hostelworld.
-Hostel o quê?
-Você não tem a minha reserva aí né?
-Quanto você ia pagar no site?
-Dezoito dólares, mais o depósito que eu já paguei.
-Ah, toma, esse é seu quarto.

Subindo as escadarias até o quarto e último andar, a porta do nosso quarto era menor que as dos demais. Estranho. Mais estranho ainda era dentro do quarto. O teto era tão baixo que o Elton não conseguia ficar em pé sem dobrar o pescoço. O quarto estava tão sujo que tinha fios de cabelo na cama e marcas de sangue no lençol. O lugar era tão úmido que as paredes estavam forradas de mofo. E o chuveiro não tinha água quente. 

Bom, decidimos não ficar mais além daquela noite mesmo tendo conversado educadamente com a pessoa a qual nos deu aquele quarto e tentado resolver a situação. No dia seguinte mudaríamos para o hotel ao lado.
Ainda naquela noite procuramos um lugar pelas redondezas onde pudéssemos por alguma coisa dentro do nosso estômago que já não via comida há várias horas. O primeiro lugar que encontramos, ao virar a esquina, estava lotado de locais, tipicamente sentados nas cadeirinhas de plástico, baixinhas, por toda a calçada; e estavam todos muito felizes tomando cerveja e comendo um churrasquinho. De cachorro. O quê? É isso mesmo que eu vi ali na grelha? Um cachorro? Não, acho que é outra coisa.
- Não Cá, é um cachorro. Vamos voltar pra ver de novo.
- Ai cara$%#, parece cachorro mesmo. - e olho no prato das pessoas e a carne que as vejo comendo tem a mesma coloração da do bichinho em cima da grelha.

Naquela noite, em outro restaurante, eu comi tofu.


(Continua...clique aqui)