Google+ O Riso e o Siso: março 2013

terça-feira, 26 de março de 2013

Troca de empregos

Todo mundo assistindo, o trabalho parece mais fácil.
Todo mundo sabe que quase sempre, numa roda de funcionários públicos, um ou dois trabalham enquanto o resto divaga sobre questões alheias... Ainda mais quando um é concursado e o resto é indicação de vereador. Na minha infância era comum ver o caminhão do Departamento de Água e Esgoto parado, meia-dúzia de funcionários observando, e um ou dois infelizes batendo a pá no fundo do buraco.

Dizem que a história a seguir é verdadeira, mas eu não testemunhei.

Reza a lenda que numa cidade do interior, há algumas décadas, um prefeito caxias já lá pela casa dos sessenta, daqueles que já não se fabrica mais, cuidava da prefeitura como se fosse sua empresa. E não digo isso como crítica, porque a empresa do cara prosperou muito, nem uso de segundas intenções acusando-o de nada, porque nunca ouvi dizer que ele era desonesto. Na verdade era o exato oposto de desonesto. O cara tinha a sinceridade como defeito. Ainda mais no ramo da política onde impera a "inverdade".
O caso é que ele cuidava da prefeitura como se fosse sua empresa. Vigiava e punia como sua empresa. Zelava pelos prazos e salários como sua empresa, sempre dizendo: "não é lavagem, não é ração, não é vitamina, é o olho do dono que engorda o porco".
Pois era assim mesmo que ele procedia. Viam-no sair às 6h da manhã de sua casa e mapeava todos os pontos carentes de obras, bem como os pontos em que estas estavam sendo executadas para entrar na prefeitura mandando brasa no ofício.
Um dia, logo pela manhã, durante essa rotineira patrulha, encontrou um grupo de trabalhadores num canteiro central, em uma das avenidas. Passou com o carro na ida. Voltou. Passou de novo. Observava bem o rosto de cada um, bem como a postura desleixada, enxadas e rastelos largados em um canto enquanto papeavam sentados em tocos de madeira. Esperou dar oito horas, oito e meia, nove horas e ninguém se movia. Nenhum deles demonstrava constrangimento pelo descaso com o serviço. Isso era demais!
O velho passou, encostou o carro e já foi logo sentenciando:
-Vocês todos aí, quero todo mundo no meu gabinete, lá na prefeitura, hoje às 11h.
Entre espantados e incrédulos eles se entreolharam e assentiram com a cabeça. Ninguém teve a audácia de dar um piu.
Na hora marcada, todos apareceram, aguardaram ser anunciados e entraram na sala do alcaide.
-Vocês todos não trabalham direito! Ficam enrolando na hora do serviço! É um desperdício de dinheiro público! Isso é um crime! É um crime! Eu passei, voltei, olhei, esperei. Ninguém se mexia, ninguém trabalhava. Acham que estão enganando a quem? Estão todos na rua! Demitidos! Podem ir embora...
-Mas "dotô" a gente não trabalha pro senhô!
-Como assim? Que história é essa?
-A gente é funcionário do Abdalla...
-E o que estão fazendo aqui, que não estão trabalhando? Vou ligar pra ele já...
-Ué, você chamou! A gente pensou que ia nos dar emprego na prefeitura...
-E eu vou dar emprego pra gente que só sabe bater papo? Fora daqui! Voltem já para o seu trabalho!

sábado, 23 de março de 2013

Dize-me teu epílogo e eu te direi quem és


Delfino Anfilófio Petrúcio
Por Dr. Delfino Anfilófio Petrúcio*
(Palhaço, pára-guru filosofático de quinta categoria, PhD em Charme, Beleza, Elegância e Gostosura, formado pela Universidade de Modéstia com pós-graduação em Coisíssima-Nenhuma e especialização em Algo-Mais)

Eu já estava fechando o meu consultório, dona Bertha finalmente já havia desistido de me convencer a ir até a Venezuela tentar algum jeito de mostrar àquela família presidencial que a eternidade é um pouco longa demais para um corpo exposto, que já vimos que os tempos se sucedem, as ideias se travestem e se reviram pelo avesso, a teoria do pêndulo, coisa e tal... Foi quando pousou no parapeito da minha janela o Estéban, aquele louro assanhado, trazendo na patinha um bilhete amarrado. Senti um frio no estômago e percebi que, naquele momento, pego de súbito, não teria nada para agasalhá-lo e, além disso, compreendi que seria um risco muito alto ler a mensagem diante de um papagaio tão treinado na fala. E ela veio curta-grossa-objetiva-e-nada-bem-humorada:
– PALHAÇO PIPOQUINHA DA SILVA ENCONTRADO MORTO EM SEU CASEBRE POR OVERDOSE DE CÓCEGAS!
As coisas definitivamente sofrem de um mesmo mal nessa vida: sincronicidade. Mal eu havia deixado meu invejado corpanzil quedar-se sobre o sofá da sala de espera, eis que escuto o som dos elevadores e, poucos minutos depois, adentra no ambiente ninguém mais, ninguém menos do que Genecesyco Pessoa, meu sideral-personal-trainning, pessoa insistente que, desde minha abdução para Plutão, vem estratégica e persistentemente cercando-me com propostas indecentes...
Não tive outra alternativa, a não ser lançar-me em prantos em seu regaço, chorando copiosamente fios de lágrima furiosamente ejetados sobre o paletó verde musgo laminado de sereno multi-fractal do pobre ufólogo, quase esgotando a água que eu carregava na bombinha de lavagem intestinal guardada em local hiper-mega-giga-super-secreto e arcano que ninguém desconfiava ficar em um bolsinho falso, bem na bunda esquerda.
O pobre pigarreou, pigarregou novamente e, creiam: não é que ainda soltou mais uma série de pequenos pigarritos? Como se isso já não fosse constrangedor o bastante, levando em conta meu debulhamento em seu colete com botões de marfim sul-africano, o pobre homem ainda chegou a dar tapinhas afetuosos em minhas costas, que arrancaram do Papagaio frases que, espero me desculpem, não pretendo replicar aqui...
– O que é que você está fazendo aqui, Clarim maldito da Deusa Derradeira? – sim, foi assim que me reportei à pobre e escandalosa ave, que, desconcertada, chegou a trocar com o inóspito visitante olhares creio eu que de compaixão pela minha dor.
Então o dito cujo, como é de praxe em qualquer situação de luto, viu-se na eminência de puxar algum assunto, de registrar suas condolências, enfim... esses artifícios que, na maior parte das vezes, diz respeito mais à dor da pessoa que chora do que à partida de quem se foi...
– É a vida!
– É...
– Os bons se vão...
– É...
– Mas os maus também! Vai todo mundo, calma...
– É...
– Tome aqui um lenço...
– Nojento isso, não?
– Calma... calma... Já vi que era alguém próximo, né? Lastimável perda, fazia tempo que não vi alguém chorar assim, vai passar... O infeliz deve agora estar descansando.
– Do que?
– Perdão?
– Descansando do que, se na vida toda aquele traste só fez curtir?
– Aliás, que ideia maravilhosa essa! Por que o senhor não faz o mesmo?
– Morrer de overdose?
– Não! Espairecer, viajar, tirar uns dias pra curtir um luto gostosão num lugar calmo o bonito... Melhor do que se afogar nessas lágrimas todas, não acha?
– Água benta, que ganhei das mãos do próprio Renunciado, quando esteve em meu consultório com umas ideias que, a meu ver, realmente pareciam bem revolucionárias...

O homem permanecia com algo nas mãos, parecia um panfleto desses de promoção, algo que, sinceramente falando, eu não fazia a menor ideia do que fosse. E, a bem da verdade, pouco me importava... Mas o homem abanava o tal panfleto no meu imenso narigão vermelho, não tive como não reparar naquilo...
– Dê uma boa apreciada nessas fotos, doutor... Sei que isso vai te animar!
– Obrigado, obrigado, obrigado – respondi, nem sequer levar as tais fotos em consideração. – Sabe o que mais me impressiona num caso desse, como o do Pipoquinha da Silva?
– Veja que linda essa planície azul! Hã? O que foi?
– A overdose é uma catástrofe...
– Não nego, não, mas, veja essa linda foto aqui...
– A maldita “gota a mais”...
– Sim, que coisa, né! Então, continuando...
–A inconsciência da justa medida, uma lástima, uma dó...

Olhando com olhos de hoje, se eu não fosse palhaço, teria rido da cara do Sr. Pessoa, típica de quem quer demonstrar entendimento de algo que não faz a menor ideia do que seja... tão preocupado em acalmar meus desânimos.
– Obrigado, meu rapaz. Você é um desses anjos que o Grande Narigudo sempre nos envia em momentos de constatação do peso dessa...
– Isso! Um anjo que veio te oferecer asas, pra alçar voos longínquos nesse momento de dor... Férias!
– Ahhh... Sim? Então que me tragam alívio, meu caro, alívio dos bons... porque não consigo me livrar do horror diante da forma como foi encontrado o esquifuso e equipoplético corpo do meu amigo Pipoquinha da Silva...!!!

Percebi que havia conquistado um cúmplice! E esses encontros geralmente são sagrados, tem que ser cuidados com muito carinho, respeito e atenção, principalmente contra interferências perniciosas do meio ambiente (claro que estava me referindo a Dona Juquitinha e dona Flor de Laila, as vizinhas do 43, que dona Bherta havia descoberto, depois de anos, jeitos e maneiras de burlar a curiosidade e a potência fofoquística). Então, depois de dar uma boa checada em como andavam as coisas no corredor dos elevadores, voltei ao bom moço dos panfletos estrelados...
– Senhor, a questão é simples. É na hora da morte que revelamos indefectivelmente quem somos, o senhor pode apostar...
Senti, pela primeira vez, pelo jeito como sua mão desprendeu energia dos tais panfletos que tentava me mostrar, que a "grande certeza da vida" havia finalmente sido balançada naquele homem...
– Meu amigo foi encontrado morto, por overdose de cócegas (uma ferramenta de prazer!), diante do seu próprio espelho!!!! Ai de miiiiiim!
O homem saiu correndo e pulou... elevador adentro!
* Dr. Delfino Anfilófio Petrúcio é o alter-ego de Carlos Biaggioli (biaggiolic@yahoo.com.br)

terça-feira, 19 de março de 2013

Sobre Lobos e Parapsicólogos

O pequeno rebelde atraiu para si um mau Karma. Seus anos de peraltices no colégio renderam-lhe dias de penúria na idade adulta. Todas essas furadas e esses desencontros que estava passando, vinham da infância e da adolescência para assombrá-lo e o gatilho foi o golpe na garçonete analfabeta. Ou, pelo menos, a tentativa de golpe, já que seu ajudante estragou tudo pagando a conta!
Ele tentou um padre, um exorcista, um pastor, pai-de-santo, cartomante e até mandou carta para o padre Quevedo. Sem sucesso. O padre exigiu arrependimento e mudança da vida de fora-da-lei - impossível, essa era sua vocação. O exorcista exigiu que ele revirasse a cabeça em 360º e falasse em línguas - impossível, estava com torcicolo e mal falava português. O pastor exigiu doação com cartão de crédito, ele ofereceu cartão postal da bela Santa Bárbara D`Oeste, mas não teve negócio. No pai-de-santo só baixou Exu e na cartomante saiu um zape e um sete copas que acabaram com a mão... Conclusão: só o padre Quevedo poderia ajudá-lo!
Ele se matriculou no curso de parapsicologia do padre Quevedo. Juntou os trocados na cueca, afanou  as moedas da capela e até vendeu a coleção do Raul Seixas para pagar a inscrição e comprar a maleta cheia de fitas cassetes laranjas e livrinhos didáticos e panfletos auto-explicativos sobre fenômenos paranormais do curso. Durante semanas fez um esforço sobre-humano, lutou contra o sono, venceu o tédio e no final do curso foi ter com o palestrante:
-Meu filho! Mas é claro que essa coisa de mau Karma non ecxiste!
-Como não, seu padre? 
-É tudo coisa da sua cabeça
-Mas eu estou numa maré de azar que ninguém consegue resolver!
-Mas logicamente não há como resolver algo inecxistente.
-Você não consegue fazer uma reza, um terço, uma novena pra me ajudar?
-Acontece que eu non faço esses rituais, eu lido com fenômenos parapsicológicos.
-Nada de óstia?
-Non, nada, infelizmente.
-Nada de água-benta?
-Non, nem água-benta, pois isso tudo é fruto da sua cab...
-Nenhum efeito especial?
-No.
-Fogo caindo do céu?
-No.
-Mata-diabo, tira-encosto, galhinho de arruda?
-No, no y no. Tudo isso non ecxiste!
Até hoje não se sabe bem se o que nocauteou o padre foi um soco, uma joelhada nos bagos ou um evento paranormal. O fato é que ele caiu duro e ninguém nunca mais tocou no assunto...

sexta-feira, 15 de março de 2013

Quando o amor acaba na TV

Guia de TV
Por Necésio Pereira

Quem diria que depois de tanto debate politico devido as insurreições orientais em Urano nós teríamos uma semana de fofoca inútil e curiosidade maledicência como essa. A mídia impressa dedicou suas tintas e papéis a praticamente um único assunto durante toda a semana o divórcio de Juanes Metary e Karna Burintí .

Tudo bem que o casal é a marca registrada do principal canal de televisão uraniana, entendemos que é um escândalo ver depois de tantas e tantas décadas um casal que passou praticamente sua juventude a defender a monogamia acabar com o casamento em uma idade já avançada e por motivo de traição, sim é algo que chama atenção, mas falar só disso e ignorar que acabamos de sair de um conflito politico é forçar a barra.

Até as emissoras pequenas e com caráter mais educativo e cultural cederam a falatório e reapresentaram filmes antigos, filmes românticos protagonizados por Juanes e Karna. Nos canais sensacionalistas tivemos de tudo, repórteres perseguindo os filhos dos artistas pela rua, terapeutas de casais opinando sobre os motivos das traições e até astrólogos e cartomantes netunianas confirmando nos oráculos a maioria dos diz que me diz em torno da agora conspurcada moral do casal Metary Burintí.

Canal 57849

Programa: UTV pra Você

Cenas intermináveis da cerimonia de divórcio de Juanes e Karna foram transmitida durante o programa, com direito a flashes de fotos do casal quando jovens beijando-se, sorrindo, parindo, casando, tudo isso com as varias músicas temas que o casal ganharam nesses anos de participações em novelas e seriados. Reportagens de senhoras na ruas chorando inconformadas com a separação, quando tudo parecia mais triste que o funeral do venerável monsenhor Mercuriano Fezin ( que repouse em paz) surge ao vivo, sim uma conversa ao vivo , com o Conselheiro Plutoniano que celebrou a cerimônia de divórcio. A coisa só não foi mais exagerada porque Zulion Xuwi e sua inteligência invejável conseguiu abordar varias questões comportamentais da sociedade uraniana a partir do divórcio. Zulion insistiu muito na necessidade da atual juventude pensar mais sobre a maneira leviana com que conduzem seus relacionamentos e ainda alertou as emigrantes venezianas sobre o caráter promíscuo dos jovens uranianos. NOTA 10 para Zulion e seu jogo de cintura.

Canal 78308

Programa: Manda cá!

Não é segredo para quem acompanha essa coluna o fato de eu gostar imenso de programas de variedades, por isso vou me rasgar em elogios ao programa Manda cá! O que o UTV pra você faz pelas manhãs do Canal 57849 o Manda cá! Faz pelas madrugadas da emissora de Ariunú Fastiz, ou seja aumenta audiência e cria a pauta para as conversas de parte da sociedade uraniana. O que mais me impressionou nessa semana foi o tom jornalístico programa deu a sua tradicional brincadeira do trote. Sempre divertido a idéia de ligar para alguém e se passar por alguém famoso, mas nessa semana o programa foi genial! Na quarta feira o imitador Zon Calamadoy superou-se, imitou com perfeição a atriz Ganda de Saturno e ligou para o embaixador saturnino na lua verde e conseguiu uma confissão pública de que no período de quarentena de Saturno, antes do planeta aceitar as normas intergalácticas o governo vendeu nativos para outras galáxias. Parabéns a equipe pelo trabalho jornalístico e por fazer isso sem perder o caráter cômico do quadro, foi hilário, gargalhei horrores quando Calamandoy revelou que era ele que fazia a voz de Ganda. A reação do embaixador foi de rolar de rir, procurem nos arquivos e assistam. Eu nunca vi alguém ser pego de surpresa daquela forma! Nota 10!

Canal 108497

Programa: Plinha no garátu

A criançada se divertiu com os novos desenhos do programa, o resgate do folclore dos principais planetas apresentados em 3D nos desenhos foi primoroso. Eu como terrestre fiquei encantado com a história da Pangéia e as lendas quânticas que eles apresentaram.

No palco os jogos reforçavam o que o desenho mostrava e as competições da gincana estão cada vez mais físicas e menos dependentes dos dispositivos eletromagnéticos. O que agrada a todos, pais, professores e a molecada. Nota 10!

Canal 39740

Programa: Novela – Asas para meu bebê

Gente eu estou lançando uma campanha pra tirar essa novela do ar....não é possível que alguém acredite que isso em algum momento vai conseguir dar a volta por cima. Virou uma dança típica afro-brasileira de um descendente de russos com problemas cognitivos. Alguém me explica o que é aqueles três anjos que apareceram para devolver a perna amputada do irmão do vilão? Heim? NOTA 0

Canal 49490-34

Programa: Andarilhos

Programa que raramente assisto, pois no geral acho meio enfadonho esses show de realidade sintética mas os choques agradáveis dados nas pontas dos dedos do telespectador quando tocavam o holograma das enguias dragão na viagem pela rota cobalto foi muito próximo do real. Virei fã do programa. Preparem para minha empolgação nas próximas semanas! Nota 10!

Canal t890

Programa: Tua vida com Thuliana Geisi

Vou me permitir a uma grosseria! Thuliana é uma débil mental no sentido mais pejorativo da palavra, me processem! Eu nunca vi alguém tão indelicada ao conduzir um programa, estúpida e sem noção do próprio corpo, do próprio espaço e do espaço do outro. Ela não sabe o que está fazendo ali e definitivamente o canal t890 não sabe o que estão fazendo ao colocar essa aberração na frente das câmeras! Nota ZERO!

Canal 89739AI

Programa: Komando K

O divórcio foi o tema do Komando k ( por que será?) Duas horas de programas mostrando entrevistas com casais que romperam, com filhos ressentidos, sogras que exigiam o dote da filha de volta, o ex-terapeuta do casal famoso revelando nas entrelinha a intimidade do casal Juanes e Karna. Uma astróloga e cinco, cinco! Videntes netunianas respondendo perguntas cretinas sobre a vida íntima de figuras públicas. Desnecessário, como diz uma amiga terrestre, brasileira de minas gerais – Apelou? Perdeu! NOTA: 0

Canal 0987XV5

Programa: Cultura viva

O programa de memória dos filmes produzidos antes da mudança feita nas artes pelos mestres El Morya e Seraphis é um ótimo meio de ver bons filmes e conhecer a história, programa conhecido pela sua qualidade que quase, quase descambou essa semana quando alguém poderoso da emissora- não vou citar nome- resolveu ir na onda do ritual do divórcio e passou vários filmes do infeliz casal, filmes românticos açucarados, o único que se salvou foi o Ganso, filme do pós guerra em que o casal realmente deu um show de interpretação e o roteiro saiu do convencional amor romântico. Nota 10 para o filme e 0 para o Cultura Viva dessa semana.

Canal 7831

Programa: novela Pacto com o Som!

Quem acompanha a novela chorou com o reencontro do casal de surdo e mudos separados na viagem cósmica! A conversa telepática e os efeitos sonoros preenchendo os sinais do dialogo deixou o silencio (característica da novela) algo palpável, foi emocionante, assisti com alguns amigos e todos choramos na hora do abraço de reencontro. Nota 10

terça-feira, 12 de março de 2013

Sobre lobinhos e mamadeiras


Nosso querido personagem já foi um forinha-da-lei, um cowboyzinho do mal, um pistoleirinho do playground! A vizinhança se lembra muito bem quando o pequeno peralta assombrava a molecada, fazendo estripulias e arrepiando os cabelos das velhinhas...
Sua trilha sonora era Raul Seixas. Cowboy fora-da-lei era sua canção de ninar.
Seu velotrol envenenado botava pra correr vovós, titias e babás - para segura-lo.
Seu hobby preferido, na pré-adolescência, era desenhar palavrões nos muros e ofender os convivas.
Um dia ele quis chocar as vigilantes da moral e dos bons costumes desenhando um pênis com três testículos.  A lógica era: se um com duas bolas era ofensivo, com três seria o fim-dos-tempos. 
Todos acharam lindinho o "sorvete" de ponta-cabeça.
Infelizmente, para ele, sua concepção de xingamento não era lá muito ofensiva. O primeiro palavrão que desferiu foi um naná, depois dadá, até aprender a dizer deputado. Um dia, pelas más influências, descobriu que era ofensivo chamar o coleguinha de menina. A partir dali, qualquer um que atravessasse seu caminho era logo taxado de "sua menina". Não perdoava nem a própria mãe:
-Compra mãe?
-Agora não tenho dinheiro.
-Ah compra!!! Sua menina!!
Era realmente um selvagem mirim. Um aspirante a boçal. Só uma surra o faria melhor. E foi o que a mãe fez: uma violenta, traiçoeira e brutal chinelada cheia de amor no bumbum! Traumatizante! Inexplicável! Isso seria imperdoável para o fora-da-lei adulto, anos mais tarde. Muitos diriam que esse foi o real motivo da rebeldia do menino.
Mas, o que poucos sabem, é que, assim como um filhote de mafargafinho nasce para mafargafar, o menino nasceu para a maldade. Desde o berçário ele socava e chutava o ar esperando acertar alguém. Fazia coisas horríveis na fralda e adorava pegar nos peitos das enfermeiras.
Para externar toda sua rebeldia, pegava o andador e saia batendo pelos móveis da casa. Derrubava vasos no chão e deixava brinquedos espalhados pela casa. Ele realmente queria espalhar o caos...
Naquele dia da amorosa surra de chinelo, ele reuniu tudo de pior dentro dele, toda a ternura reprimida, as cólicas na barriguinha e a papinha de banana digirida e, com seu cheirinho de talco malígno, montou em seu possante velotrol e foi até a geladeira. Bebeu o leite no bico!

sábado, 9 de março de 2013

Se é para o bem de todos, eu fico!


Por Dr Delfino Anfilófio Petrúcio *
Palhaço, páraguru-fisolofático de Quinta Categoria
PhD em Charme, Beleza, Elegância e Gostosura
Formado pela Universidade de Modéstia, com pós-especialização
em Coisíssima-Nenhuma-e-Algo-Mais
O Ministério da Paz adverte: o Riso é o maior antídoto do Medo, com efeitos colaterais terríveis contra o corrosivo Complexo de Auto-Importância
* * * * *
Como diria, depois de um bombástico arroto, o legendário Pai Ubu:
– Sei lá... mil coisas!
É isso.
Pensei até em ir até meu editor – esse tresloucado que raia a fronteira da insanidade, ao permitir-me entre seus editados – e simplesmente olhá-lo nos olhos. No silêncio estaria meu singelo e irrefutável pedido de demissão. Claro que não fiz isso. Sou louco, eu? Seria mais um paciente pra eu ter que convencer dona Bherta a tentar encaixar, ainda mais agora, que estou tão atarantado com o passamento de Chaves.
Vocês não fazem ideia de quantas pessoas tentaram o suicídio, ao imaginarem-se, assim, de uma hora para outra, sem mais nem menos, sem eira-nem-beira, órfãos do mais fundamentalista opositor do Senhor Madruga!!! Chegou-me uma senhora (sim, isso mesmo: uma senhora!) em estado de profunda catatonia. Comecei leve, com ela: apenas rápidas bofetadas no rosto, uma ação cirúrgica, que infelizmente não teve efeito algum. Então, optei por uma terapêutica ainda mediana, que, sei, não deixa de ser um mata-touro para muita gente com determinado grau de sensibilidade desenfreada: coloquei Agnaldo Timóteo na minha vitrola, homenageando sua mãe. Nada.
Então, para bom entendedor...
Em matéria de “bom entendimento” eu mando-brasa-e-não-dou-mole-mora-bicho. Quem duvida que analise meu curriculum, com tantos cursos, especializações e títulos de honoris causa que as maiores universidades do planeta, tais como Harvard, Humboldt de Berlim, a Superior de Paris, a King´s College de Londres, a USP e a de Kioto, se realmente fossem tão respeitáveis quanto apregoam, deveriam ter-me outorgado, isso sim. Mediante isso tudo, olhei para aquela pobre e catatônica senhora e apliquei-lhe o recurso mais drástico que guardo para ocasiões deste naipe: a RTC (risoterapia-de-choque), uma descarga de cócegas no suvaquinho que, no caso dela, precisou ser reaplicada atrás dos joelhos, no pescocinho e também na sola dos pés (ambos!). Deu certo.
Quando a mulher foi conduzida à saída do meu consultório por minha “secretária-colega-de-trabalho” – como ela exige ser chamada desde que esteve na presença da polêmica Eva – estava ali outra pessoa, como pudemos constatar claramente pelo grande aprendizado que ela tirou daquilo tudo:
– O Quico tem razão, dona Bherta...
– O que está dizendo, querida?
– O Homem Invisível está bem aqui!
– Você tem certeza disso?
– Sim! Eu não estou vendo ele...
Enfim.
Por essas e outras, preferi declinar da minha própria decisão de pedir as contas a meu editor e tenho absoluta certeza de que isso poupou muito trabalho de “encaixes” para dona Bherta e, também sem dúvida, para mim também, no que diz respeito a casos de extrema delicadeza como este que aqui expus.
Portanto, como diria o sapiente Zagallo mediunizando o sábio Fernando Collor de Mello:
– Duela a quien duela, ustedes vão ter que me engolir!

* Palhaço Delfino é o alter-ego de Carlos Biaggioli (biaggiolic@yahoo.com.br)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Como fazer TV em meio a um conflito politico-social?

canais
Mais uma Quinta de Convidados:

Por Necésio Pereira 

Imagino que todos estão apreensivos com as ultimas noticias sobre as mudanças no governo de Urano e a tentativa frustrada de insurreição dos orientais , confesso que também fiquei. Mas para os desavisados que ainda não se atualizaram, saibam que tudo voltou ao normal por aqui.
O governo central já remanejou os assentamentos dos refugiados e as fronteiras terrestres estão seguras, o numero de feridos é bem menor do que imaginávamos e oficialmente não temos mortos . Na verdade, acho que esse fuzuê foi até instrutivo para nós que trabalhamos com a mídia intergaláctica .
Graças a essa turbulência politica e social podemos observar os limites de nosso jornalismo e também conseguimos ver com mais clareza a ideologia que sustenta cada emissora, programa e apresentadores .
Vamos fazer uma rápida analise de como foi nossa semana nos canais uranianos e como os eventos políticos apareceram em nossa telinha. 

Canal 57849
Programa: UTV pra Você 

Que o apresentador Zulion Xuwi é o garoto propaganda da situação não é novidade mas passar a semana inteira fazendo de conta que o planeta não estava em crise foi patético. Eu sempre que posso elogio o UTV pra você, acho sinceramente que é um dos melhores programas de entretenimento que surgiu em Urano nos últimos 15 anos, mas transmitir desfile de vedetes plutônianas obesas enquanto a concorrente passava boletim ao vivo do ataque dos orientais. Merece NOTA 0! 

Canal 78308
Programa: Na borda 

O programa “Na borda” com a ex-primeira dama do planetoide 350 C exagerou na vulgaridade e no humor negro, colocar um anão terráqueo fingindo ser um oriental uraniano apertando nadégas de jovenzinhas politizadas e correndo falando palavras de ordem pró governo, tudo isso em pleno conflito de quarta-feira, foi brincar com a emoção dos parentes dos jovens que lá estavam protestando. NOTA 0! 

Canal 108497
Programa: Plinha no garátu 

O que se espera de um programa infantil em uma semana de conflitos e violências, com toque de recolher e a tensão estampada na cara dos adultos ?
Difícil encontrar uma resposta, talvez desenhos animados leves? Shows coloridos para distrair as mentes infantis?
Talvez sim, seria aceitável. Mas a produção do programa Plinha no Garátu foi além, foi melhor , muito melhor que as expectativas!
Foi emocionante ver os esforços de toda a equipe apresentando na semana, desenhos e brincadeiras que tinham como tema central a Paz.
O programa cumpriu belamente uma das exigências dos novos parâmetros universais de educação, ensinou que violência é errado, que o dialogo é a solução dos conflitos. Lindo a
intervenção na briga de dois irmãos por um brinquedo e a forma didática como essa intervenção foi comparada a situação politica do planeta. Parabéns! NOTA: 1000!! 

Canal 39740
Programa: Novela – Asas para meu bebê 

Em uma tentativa insana de aumentar a audiência da novela “Asas para meu bebê” os autores resolveram dar um ar surreal a trama, o que deixou muito confuso o que já era sem pé nem cabeça. O que foi aquela cena religiosa da serpente plumada aparecer para o taxista e avisar que o bebe de Dora estava em apuros?! E o aparecimento repentino de Juzio na hora que Palermi atravessa a fronteira? (Ele não tinha morrido no capitulo 25?) Uma lástima! Acabem com essa novela! NOTA 0 

Canal 49490-34
Tele jornal - Atentos! 

O Telejornal Atentos merece sem dúvida o prêmio de jornalismo desse ano. As noticias dos conflitos comentadas por um representante de cada grupo com a mediação do sábio Góies foi genial. Os gráficos apontando as cores indicando quem era o que no meio daquela turba na praça principal em frente ao templo do governo foi uma solução simples que a produção encontrou de situar o telespectador. Os boletins informativos ao longo do dia divulgando as fotos de desaparecido e os reencontros com os familiares desses desaparecidos no ultimo bloco do jornal da noite da mesma emissora mostrou que as equipes de jornalismo estavam afinadas. Parabéns! Nota 10! 

Canal t890
Estréia do programa: Tua vida com Thuliana Geisi 

Um lixo! Me recuso a comentar. NOTA? MENOS QUE ZERO!

terça-feira, 5 de março de 2013

Medicamento para a repórter

Na cidade de São Paulo falta medicamentos e a aguerrida repórter da rádio bandeirantes resolve tirar a limpo essa história.
-Alô? Vocês têm insulina?-Não! Infelizmente, tá em falta na rede inteira. Na cidade toda! Ainda não veio o carregamento... e o pior é que não temos nem informação de quando chegará...
Isso definitivamente atiçou a sede de justiça da repórter...
-Ah! Não tem? Sabe se em outro posto não tem?
-Não! Infelizmente, ainda não veio o carregamento para nenhum postinho da cidade...
Ela iria se contentar com a resposta?
-Ah é? Nem na zona Norte?
-Nem na zona Norte.
Quanta ousadia dessa atendente! Ela achou melhor insistir...
-E quando chega?
-Olha, não temos previsão. Não veio nenhum comunicado da prefeitura...
-Semana que vem chega?
-Não posso dizer porque não veio nenhum aviso...
-Mas dá pra ter uma previsão assim, pelo que você sabe?
É, ela não ia deixar barato! Estava realmente disposta a um furo de reportagem.
-Infelizmente não. Essas coisas dependem da Secretaria de Saúde, licitação e tal...
Onde será que ela quer chegar?
-Nossa, mas ninguém aí sabe dizer onde ou quando eu posso conseguir?
Afinal de contas, ela quer descobrir a verdade a qualquer preço, não é mesmo?
-Dona, eu ja te disse que está faltando na cidade inteira e que não temos previsão, pois não veio nenhum comunicado.
O público tem o direito à informação e ela do dever da verdade!
-Quem é o seu superior aí? Posso falar com ele, caso ele tenha alguma informação?
-Supervisão falando.
-Alô. Eu gostaria de saber se em algum postinho da cidade eu encontro insulina...
Ela é persistente! Perseverante!
-Desculpa, a senhora precisa de insulina ou de ritalina?
-Como?
Opa! Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra...
-Caralho! Vocêé surda? Teu problema é diabetes ou tem déficit de atenção?
Minha vó dizia: macaco que muito pula quer levar chumbo...