Google+ O Riso e o Siso: julho 2013

terça-feira, 30 de julho de 2013

Volta das férias e o Manual de gestão pública

Um mês inteiro assim. O problema é a lombar.
Opa, acabaram as férias. Nem senti o cheiro! Me pus a pensar durante o mês inteiro o quanto somos agraciados por competentes governantes que aí estão. Lembrei de medidas simples que resolveram problemas crônicos em nosso país e não pude deixar de compartilhar aqui com vocês!

Acho que poderemos fazer um manual de gestão pública:

Há uns vinte anos o Governo Federal se propôs acabar com o analfabetismo. Chamou os melhores ministros, reuniu políticos, deputados e senadores para compartilhar dessa preocupação e, brilhantemente, ficou decidido que, para acabar com o analfabetismo, iriam considerar analfabeto aquele que não consegue nem desenhar o nome.

Depois, há dezesseis anos, o governo do Estado ficou preocupado com o índice de repetência. As crianças estavam repetindo muito, não aprendiam direito. Implantou a aprovação automática...

Dali, para resolver o problema da pobreza e miséria no país ficou fácil: é só baixar o valor de renda considerada nível da pobreza! Agora é tudo classe C!

Os problemas do Brasil estão sendo dinamicamente resolvidos.

E essa forma de resolução está criando escola:
Hoje soube que o governador de SP estava preocupado com a saúde dos professores. Disse que não gostava de ver os professores doentes. Depois de muita consulta a órgãos internacionais e especialistas em saúde e gestão, ordenou que os peritos não dessem mais licença médica... simples!

Já é até desculpa de corrupto. O dinheiro público é mal investido? então vou roubá-lo e investir bem.

Hospitais públicos estão caóticos? É só fechar as portas. Fica tudo vazio, tranquilo...

Eu quase morro de orgulho! Só não morri porque quero ver o último capítulo da novela.

O fato é que o governador se inspirou na Angelina Jolie e mandou arrancar as pernas pra evitar unha encravada...

terça-feira, 2 de julho de 2013

O samba, o trem e o Arnesto

Década de 60, um casal namora no bailinho do centro da cidade. Era aqueles tempos em que as moças diziam não porque era de família. Os homens iniciavam em casa de tolerância. Terninho para o público masculino era de praxe e moça que prestava usava vestido comprido e rodado com cachinhos no cabelo.
Ela, moça recatada. Ele, malandro descolado. Ela, fazendo charme e trejeitos. Ele, tentando uma casquinha. Ela, dizia não. Ele, tentava: vai que sim. Ela, sorria e desviava. Ele, beijava o ar. Ela não ia. Ele se impacientava.

Era tanta mulher dando mole no salão e ainda o convite para samba do Arnesto correndo no Braz.

-Bom, acho que vou indo!
-Amor, fica mais um pouquinho?
-Não posso, não posso nem mais um minuto.
-Ah, por quê?
-Moro em Jaçanã, é longe.
-Mas como você vai?
-Vou de trem,
-De trem?
-É, o último é às onze. Se eu perder...
-Mas não tem trem pra lá às onze...
-Bom, mas eu vou de carona...
-De trem, ou de carona?
-Bom... é... é.... minha mãe não dorme enquanto eu não chego.
-O quê? Um marmanjo dessa idade?
-Verdade! Eu sou filho único! Ela tem medo de dormir sozinha.
-Mas espera só mais um pouquinho! Você já vai...
-Não dá, tenho que ir pra acordar cedo e arrumar a casa.
-Sua mãe não faz isso?
-Faz, faz, mas é que...

Ele virava os olhos. A moçada toda indo pra casa do Arnesto e ele ali! Disse que ia ao banheiro, beijou algumas no caminho, se encontrou com a moçada e rumou para o Bráz. Mas isso já é uma outra história...