Google+ O Riso e o Siso: março 2016

domingo, 20 de março de 2016

Tempos estranhos, sonhos estranhos.

Sempre me dizem para não exagerar nessas coisas, principalmente antes de dormir. Enquanto assistia sobre a manifestação pró-Dilma, exagerei na massa, recheada com frios pesados, feito calabresa, e assentada com refrigerante. O refluxo me acordou de madrugada. Na verdade, ele pretendia subir de patente, ao que me acordou. Nessas horas imagino o doutor Dráuzio Varela me dando um sermão em seu consultório/programa da Globo. Sentei-me à cama para evitar o enredo e me lembrei do que sonhava. O Lula rebolando para não ser preso; a merenda da escola se somava a outros escândalos; manobras para não ser preso; uma multidão de farda preta - neonazistas - tentando espancar meus alunos adolescentes; alguém que me tentava explicar que o juiz possuía fortes ligações com o PSDB, coisa com o pai ou a esposa; ; um senador que tudo em que tocava virava pó; e mais alguém tentando me explicar como o preço do caviar estava elevado, se lambuzando com uma colher de ouro à boca; a dona Marisa havia sido grampeada e a Dilma também, e escandalosamente eu não conseguia ouvir o áudio que as incriminava; eu chamava pelo Chapolin Colorado; e outra multidão de neonazistas se gabando por espancarem pessoas de vermelho; e eu já não tinha heróis para me socorrer; enquanto isso eu pensava no Dr. Dráuzio e que eu não devia ter comido tanto, e eu sei que ele só queria me proteger embora não fosse da polícia; e outro grupo de neonazistas, mais à frente, skinheads declarados pelas faixas esticadas, tirava fotos com a PM; a imagem da notícia de que os deputados que julgariam a corrupção eram patrocinados pelas empresas corruptoras; e outra pessoa comemorava o recorde de vinte e oito segundos que um juiz levou para dar uma liminar; e um outro vazamento de áudio de uma conversa corriqueira me fazia temer estar sendo grampeado, não que eu deva algo, mas é que às vezes passo minhas senhas por telefone, para familiares e falo sacanagens que poderiam ser mal interpretadas; e eu pensava no Dr. Dráuzio e que eu não devia ter comido aquilo; todo mundo era vaiado pela multidão, mas o Bolsonaro era aplaudido por falar em estupro, tortura e homicídio; o Dr. Dráuzio me recriminava; alguém me falava em limpar a sujeira com água suja, e eu trocava a cueca por outra suja,
alguém que me dizia que tudo era sujo, e outro alguém havia postado que bolsomito era neologismo de Bolsonaro com vomito. O refluxo não me deu trégua, e até agora não sei se foi pelo que comi, o que vi ou o que pensei. Tempos estranhos, sonhos estranhos.