Google+ O Riso e o Siso: 2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Meu vizinho se parece com o Bolsonaro

Meu vizinho se parece com o Bolsonaro

Rolou essa conversa no campeonato mundial de gamão, aqui no meu apartamento
até o cabelo verde de Grecin 2000 é igual
depois disso tenho medo de pegar elevador com ele
saio para o trabalho meia hora mais cedo
comentei com minha esposa, ela achou que era bobagem
me explicou que embora ele diga "ditadura gay, feminazi", e que se liberar a maconha haverão gays e drogados se agarrando por toda parte, ele é apenas um enrustido.
e quanto mais forte ele se segura, mais ódio ele sente.
Este é justamente meu medo, é tanto ódio que quando ele se liberar, quem estiver por perto vai sair todo mordido.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Coreia do Norte é o melhor lugar para viver

Segundo fotos recentes, a Coreia do Norte seria o melhor lugar para se viver:

 
Principalmente se você for uma luz neon, porque um ser humano se sentiria bem solitário nestas ruas vazias. O que me leva a duvidar da veracidade dessas fotos. Acho que foram feitas em Sketchup. Na verdade são dois indícios de falsificação: poucas pessoas para tantos apartamentos (o que nos remete aos apartamentos mantidos pelo Congresso brasileiro), e nenhuma placa vendendo "pastel de flango". O curioso é que mesmo sendo feitas por computador, a situação beneficia o país num pioneirismo jamais visto, colocaria a Coreia do Norte na dianteira em tecnologia do mundo: o primeiro país em que todos os cidadãos ganharam uma casa virtual de seu governo. Não há Minha Casa Minha Vida que bata esse programa.
A Coreia do Norte é um país virtual. Até esse binóculo é virtual:

Eu acho interessante que os indicadores sociais passem a considerar a quantidade de neon como índice de desenvolvimento de um país. Porque fome vem toda hora, não vence contar a produção de alimentos e a quantidade de famintos, só o neon dura... Isto apaziguaria direita e esquerda no Brasil.
Imagina que lindo, uma revolução comunista na África distribuindo neon para todos os famintos?
Enquanto isso, os neuróticos, por aqui, denunciam o bolivarianismo do governo dizendo que vão nos transformar em Cuba ou Venezuela. Que coisa horrível, um país sem neon. Para barrar a revolução por aqui até já encomendaram um carregamento da China.


Fotos de http://teoriasdarevolucao.blogspot.com.br

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Mundo Animal

Aula externa, os alunos adoram. Frequentemente eu os levo ao pátio e a aula fica mais dinâmica, o astral da turma melhora e a vontade de realizar as atividades é sempre maior que em sala de aula. Acredito até que eles aprendem mais, pois há mais estímulos, mais curiosidade.
Há alguns dias, explicando questões de política, Estado e eleições, resolvemos fazer a tal aula externa e os alunos comemoraram. Era uma grande oportunidade de explicar o funcionamento das eleições e os partidos políticos. Eu queria aproveitar o interesse despertado com o ano eleitoral. Dividi grupos que seriam partidos, e estes disputariam um debate.
Apostilas a postos, alunos concentrados tentando definir a linha política do partido. Uma boa oportunidade para explicar diferenças e semelhanças entre PT, PSDB, etc. Altas discussões e elaborações de estratégias políticas quando um evento desvia a atenção de todos:
-Olha, um tucano. Que lindo!
Um tucano vermelho, de bico imponente pousado na árvore fazia poses enquanto adolescentes alvoroçados buscavam câmeras de celulares para fotografá-lo.
Achei curioso o fato não de um tucano pousar na árvore, mas do súbito interesse dos alunos pela ave: a escola fica à beira do Parque Estadual da Serra do Mar, de modo que, visitas assim são comuns ao nosso ambiente. Macacos, tucanos, gambás e vários animais costumam aparecer por aqui. Principalmente em épocas eleitorais, em busca de votos. Os alunos os conhecem e estão acostumados com isso.
Como eu iria competir com esse súbito interesse pelo animal e ensinar política para eles? Como atrair de volta as atenções e passar um conteúdo? Como aproveitar o acontecimento para minha aula?
Talvez citá-lo como mascote de um partido? Mas ele era vermelho, do partido oposto, isso poderia confundí-los? Seria um híbrido?
Acreditei até ter visto uma estrela em seu peito.
Repentinamente, a ave rubra dá o bote e agarra um filhote no ninho.
-Que desgraçado!
Todos buscam pedras, cadernos, estojos para atirar no pássaro e resgatar o filhote a ser devorado. Tarde demais. O terror e a descrença estava na cara de todos observando as entranhas sendo expostas.
-Professor, achava que tucano só comesse frutas!
-Pois é, em ano de eleição eles devoram tudo...

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Insegurança Jurídica

Publicado em http://odiariodemogi.com.br/  dia 22 de outubro de 2014

Segundo nossa Constituição, todos somos iguais perante a lei. É um conceito bonito e interessante. Ainda mais se combinado com a ideia de segurança jurídica, tão propalada em julgamentos e decisões relevantes ao conjunto de cidadãos da nossa República.
Percebemos a importância de tais conceitos se fizermos um simples exercício de imaginação, hipotético, em que um grupo de cidadãos, ou uma categoria profissional, dotada de poder, utiliza de suas prerrogativas para burlarem a lei a fim de se beneficiarem. Não encontro, nesse exemplo, situação de igualdade entre cidadãos, muito menos de segurança jurídica, já que a lei pode ser burlada para benefício de um pequeno bando. Tal exercício torna-se ainda mais escabroso, se imaginarmos que o burlador é exatamente quem deveria zelar pelo seu cumprimento. Ou seja, aqueles que usam do argumento de segurança jurídica para sentenciarem seus julgamentos. Fica difícil crer em suas decisões, certo?
Agora, de exercício hipotético à situação concreta: o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, nessa quinta-feira (16), no Jornal da Cultura, justificou o auxílio moradia dos juízes no valor de R$4.300,00, porque eles não podem ir todo dia à Miami comprar ternos e que essa foi uma forma de se darem um aumento salarial para que andem bem vestidos e, devido à alta carga de trabalho, evitem depressão. Ou seja, uma burla.
Eu não sei quanto a vocês, leitores, mas posso testemunhar, de minha parte que, ser professor no Estado é um trabalho fácil e revigorante, quase um hobby. Isso quando não olhamos nosso holerite, as condições de trabalho, a violência escolar, o descumprimento das leis estipulando nossa jornada de trabalho e o nosso salário. Quando eu me apresento “sou professor”, ouço “legal, e o que você faz pra viver?”.
Será que, pela segurança jurídica e igualdade, devamos todos burlar a lei por benefícios? Ou isso só vale para profissões que trabalham muito, ganham pouco e adoecem por isso? A maioria dos brasileiros trabalha por diversão, é isso.

Américo Almeida Neto, é mestre em sociologia, professor, poeta e escritor.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O rei e o banho

Era uma vez um rei que, todo mundo sabe, não morava no Brasil, porque aqui não tem rei, e ninguém conhece esse rei por aqui, então qualquer coincidência é mera semelhança.
E esse rei tinha três helicópteros, quer dizer, o Estado que ele governava os tinha, porque foi comprado com dinheiro público. Mas esse rei tinha uma rainha, como toda história de rei que se preze. E essa rainha era tratada como uma princesa, como toda rainha que se preze. Ela tinha vestidos caros, de trinta mil reais, ganhados de amigos desinteressados, ou comprados com o salário de trinta mil reais que seu marido ganhava enquanto oitenta porcento da população ganhava setecentos reais.
Contudo, não vou ficar falando de salários porque não sou invejoso. Vou contar que essa bela família vivia num palácio e, para todo lugar que o rei fosse, ia de helicóptero. E o rei já ocupava o trono há mais de vinte anos. E do alto a cidade ficava cada vez mais bonita, com cada vez mais carros, que ele admirava, contava, brincava de identificar as marcas lá do alto. E ele já estava ficando craque nisso, principalmente em carros importados e de luxo. Ele sempre acertava na mosca e vencia a disputa, ou talvez seus acompanhantes erravam propositalmente para agradá-lo. E isso não o incomodava pois, cada vez mais, estava convencido de sua infalibilidade: mais cedo ou mais tarde ele ganharia a disputa, pensava.
E, enquanto a cidade crescia, ele percebia que seu povo já não andava mais pelas ruas. Cada vez menos pessoas andando a pé, às vezes apenas umas poucas, com andar apressado. E um dia ele leu que em seu pequeno país, havia o maior tráfego de helicópteros do mundo. E julgava que seu governo era tão bom que as pessoas já não precisava mais andar a pé, todos estavam muito bem financeiramente e andavam de carro ou helicóptero.
Lá do alto não se via assaltos e sequestros, nem buracos no asfalto, nem meninos cheirando cola nas praças, nem pedintes no semáforo, nem flanelinhas, nem carroceiros, nem o malcheiro do esgoto a céu aberto, poluindo o rio que cortava a cidade. Então seu reinado estava bom.
E assim eles viviam felizes para sempre.
Até o dia em que sua amada rainha resolveu que, além de vestidos caros e eventos sociais suntuosos, ela queria também amor, carinho. Mas o rei, onipotente, infalível e autocentrado comportava-se de forma estranha. Passava horas frente ao espelho, beirava o mito de Narciso. Acreditava quando vencia seus súditos em importantes desafios de soletrar, adivinhar marcas de carros e leitura de pensamentos durante suas viagens de helicóptero. Ele até se achava o mais veloz da cidade quando, imaginariamente, disputava com os carros congestionados quem chegava primeiro na próxima esquina.
Mas acontece que o rei estava fugidiço, quanto mais a rainha investia, mais ele se esquivava. Ela tentava seduzi-lo, ele bradava um discurso anticorrupção. Ela cobrava carinho, ele abafava a CPI. Ela implorava por um banho juntos, românticos, ele recorria à frieza da lei. Fugia tão fugido do tal banho que desistiu de investimentos em captação e abastecimento de água. O assunto lhe dava ojeriza. Declarou estado de emergência com a estiagem. Procurou no Clima Tempo a previsão de chuvas e comemorou. Ameaçou multar quem gastasse água e isso lhe deu ar de político sério e austero. “Nada de banho juntos, temos que dar o exemplo economizando água”, era a desculpa ideal.
A rainha estava desconsolada, sentia um fogo subindo pelos joelhos. Não aguentava aquela seca - e aqui a palavra tem duplo sentido. Encomendou até uma sessão de descarrego no novo Templo de Salomão. Pensou no seu direito de esposa, na necessidade de sentir-se mulher, resolveu que na hora do jantar protestaria contra aquela situação, mas logo desistiu: seu marido cuidava disso com bombas e balas de borracha.

terça-feira, 17 de junho de 2014

A água, o pelouro e o picolé de chuchu

O prefeito de Londres comprou daqueles carros que lançam jatos d`água para conter manifestantes. Resolveu imitar o Alckmin. É a escola PSDB de resolução de problemas sociais.
O carro parece um tanque de guerra, mas em vez de míssil, lança jatos d`água. Isso reacendeu a rixa entre ingleses e franceses. Os franceses estão preocupados. Um canhão de jato d`água faria debandar seus exércitos.
Depois o prefeito Boris Johnson teve que se explicar numa entrevista: o carro é proibido na Inglaterra. Não acham ele seguro para conter manifestantes. Aí o Alckmin gargalhou. "Não é seguro para manifestantes? Então vou aumentar o policiamento".

Os coxinhas brasileiros não entenderam a preocupação com a segurança dos manifestantes.

A lógica aqui é a seguinte: você é cidadão dentro da sua casa, na rua você é uma ameaça e deve ser abatido
Se estão preocupados com uma mangueira jogando água, imaginem balas de borracha na cara!
O repórter que entrevistou Johnson o desafiou a provar que o carro era seguro e o prefeito topou. Depois de entrar em contato com a fábrica e observar testes realizados em pessoas nos países de terceiro mundo, ele irá marcar a data.

Os coxinhas aqui ainda estão tentando entender a preocupação com a segurança dos manifestantes. "Não entenderam? Então vou aumentar o policiamento".

Seria mais fácil o prefeito desconversar, durante a entrevista, ou mandar a polícia descer o cacete no repórter, dizem alguns. Ele só quer aparecer, dizem outros.
Como a polícia de Londres é a melhor do mundo, se não conseguem nem calar a boca de um repórter?
Na mente doentia do brasileiro, governador bom é aquele que desrespeita. Esse sim tem poder!
No período da escravidão não havia democracia, porque era sempre a mesma pessoa que nos chicoteava, não havia rotatividade. Essa é a definição de democracia.

Agora nós elegemos pessoas para nos açoitar durante quatro anos e depois muda.

A ideia de lançar jatos d`água não é original, não tem nada a ver com a seca do Sistema Cantareira o fato do Alckmin gastar R$35 milhões nesses carros. Já na época da ditadura existia o caminhão que era apelidado de Brucutu. Ele fazia o terror na época em que os adultos eram presos e torturados. Até que um dia ele foi chamado para conter uma revolta e quando todos se preparavam para o doloroso jato no lombo, só o que saiu foi um mijinho. O Brucutu broxou. O povo riu. Os soldados broxaram. A ditadura broxou. Voltou a democracia. Mas os tucanos tomam Viagra.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Aventuras ao redor do mundo: Vietnã, continuação...


Continuação da última semana, em que nossos intrépidos e destemidos correspondentes internacionais trabalharam de mula de carga no Vietnã, se hospedaram num muquifo, no décimo terceiro andar do "Quero Ser John Malkovich", e dormiram no quarto do "jogos mortais":


Barriga e cabeça cheias. Era hora então de caminhar pela vizinhança para reconhecer o terreno, e também para poder chegar naquele quarto de.... (hotel?) o mais tarde possível, de maneira que pudéssemos deitar e dormir sem pensar de onde vinham aquelas marcas de sangue no lençol. (Eu podia jurar que vi aquele palhacinho no triciclo andando pelo corredor!).
Na caminhada noturna vimos bastante da vida simples vietnamita e me pareceu não haver muitos turistas naquela parte da cidade, pelo menos não nas ruas por onde passamos. Até encontramos um mercado de rua muito legal, vendendo de tudo o que você possa imaginar. Um tipo dessas feiras-do-rolo que a gente vê no Brasil, mas com muito mais coisas novas do que usadas. Nada de órgãos humanos!
Você alguma vez já reparou nas etiquetas das roupas e sapatos que você usa para ver onde eles foram fabricados? Tá, concordo que a maioria que você vai encontrar diz 'made in China', mas talvez a segunda maioria seja 'made in Vietnam'. E nessas feiras de rua tem pra vender somente tudo o que eles fabricam.
E foi ali que comprei uma capinha para o meu telefone, e foi ali mesmo que ele foi roubado de dentro da minha bolsa, minutos depois.

Enfim, fechamos o dia com chave de ouro.

Clique aqui para ver a primeira parte...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Aventuras ao redor do mundo: Vietnã

Bom, eu parei de escrever em algum ponto da Tailândia. Tive meu celular roubado e por isso me perdi nos fatos. Desanimei de escrever no papel e caneta.
Ah... A Tailândia! Que saudades. Meu estilo de vida super Ocidental está dando muito mais pontos pra Tailândia no quesito: de qual pais você mais gostou? 

Bom, mas a experiência no Vietnã foi super legal, o Vietnã é um país com belezas naturais e cheio de histórias pra contar. Mas pra ser sincera eu fiquei um pouco aliviada de sair de lá e vir para o Camboja. Eu sei que meus sentimentos em relação ao Vietnã estão todos relacionados ao impacto do primeiro dia e sei que talvez daqui a algumas semanas eu tenha uma outra opinião sobre esse assunto. 
As primeiras horas em território vietnamita foram um pouco (in)tensas. Já no aeroporto da capital, Hanói, houve uma tensão porque havia uma taxa de visto a ser paga e eu não tinha dólares nem a moeda local, só euros. Não aceitavam cartão, a foto que eu trouxe tinha sido despachada na mala errada, enfim, resolvidas essas tensões primárias e passageiras, visto concedido, é hora de descobrir como chegar à cidade. Já na porta do aeroporto é fácil descobrir: você se depara com um milhão de motoristas de táxis, ônibus, tapete voador querendo te levar ate a cidade. Eu, óbvio, fui pela opção mais barata, o ônibus, que era mais uma van (ou uma lotação para os mais inteirados no assunto) e não é que o ônibus já me quebra nos primeiros 500 metros de rodovia? Simplesmente parou de funcionar. E quem teve que 'dar uma mãozinha'? Era uma van de tração animal. A gente paga pra ser levado e acaba tendo que levar. Tudo é ao contrário... ainda bem que eu não tava comprando comida. Ok, é claro que eu não reclamaria de empurrar uma van numa rodovia, desde que o trânsito não fosse aquele de Hanói. Você sabe do que eu estou falando? Pergunte ao Google, ele sabe.

Problema inicial de transporte resolvido; hora de fazer o check in no hotel reservado alguns dias antes, através daquele famoso site de hospedagem barata. 
-Oi eu gostaria de fazer o check in. Meu nome é camila 
-Camila ? Você reservou online?
-Sim, e já até paguei um depósito.
Depois de olhar umas dezenas de vezes a frente e o verso de um mesmo papel:
-Mas por qual site?
-Hostelworld.
-Hostel o quê?
-Você não tem a minha reserva aí né?
-Quanto você ia pagar no site?
-Dezoito dólares, mais o depósito que eu já paguei.
-Ah, toma, esse é seu quarto.

Subindo as escadarias até o quarto e último andar, a porta do nosso quarto era menor que as dos demais. Estranho. Mais estranho ainda era dentro do quarto. O teto era tão baixo que o Elton não conseguia ficar em pé sem dobrar o pescoço. O quarto estava tão sujo que tinha fios de cabelo na cama e marcas de sangue no lençol. O lugar era tão úmido que as paredes estavam forradas de mofo. E o chuveiro não tinha água quente. 

Bom, decidimos não ficar mais além daquela noite mesmo tendo conversado educadamente com a pessoa a qual nos deu aquele quarto e tentado resolver a situação. No dia seguinte mudaríamos para o hotel ao lado.
Ainda naquela noite procuramos um lugar pelas redondezas onde pudéssemos por alguma coisa dentro do nosso estômago que já não via comida há várias horas. O primeiro lugar que encontramos, ao virar a esquina, estava lotado de locais, tipicamente sentados nas cadeirinhas de plástico, baixinhas, por toda a calçada; e estavam todos muito felizes tomando cerveja e comendo um churrasquinho. De cachorro. O quê? É isso mesmo que eu vi ali na grelha? Um cachorro? Não, acho que é outra coisa.
- Não Cá, é um cachorro. Vamos voltar pra ver de novo.
- Ai cara$%#, parece cachorro mesmo. - e olho no prato das pessoas e a carne que as vejo comendo tem a mesma coloração da do bichinho em cima da grelha.

Naquela noite, em outro restaurante, eu comi tofu.


(Continua...clique aqui)

domingo, 18 de maio de 2014

Vamos economizar água nesse inverno.

A Sabesp está veiculando nas rádios uma propaganda para racionamento de água. O governo diz que não há problemas com a água. Não pode admitir que não houve planejamento nem incompetência no gerenciamento dos recursos naturais nos últimos 2000 anos em que governou SP. 
É mais fácil pagar um cachê milionário para o Rodrigo Faro fingir que é empolgante economizar água.
Trabalhar pra quê?

Eu quase me animei com a ideia. Acho que vou economizar água da privada indo cagar no jardim do governador.
Já parei de tomar banho. Fazer a barba e cortar a unha.
Cortar unha não gasta água, mas faz parte do pacote. Não iam acreditar em mim se dissesse que economizo e me vissem sujo, barbudo, mas de unha cortada. Não passa credibilidade. É tipo patricinha vestida de hippie chic com vestido Daslu. Ou punk com jaqueta de couro Louis Vitton. Não! Eu sou ortodoxo.
Mas o Faro é mala... Nem vestido de Lady Gaga pedindo pra economizar não teria graça.

Imagina se em vez do Faro eles botassem o Luciano Huck pra falar de economia de água?
-Loucura, loucura, loucura.
Ele faria uma camiseta e venderia por R$69,90 pra conscientizar o consumo de água #somostodosporcos.
Mas as pessoas esperariam uma reforma na estação de tratamento da Sabesp.
Não teria muita graça. Acho que aumentaria o consumo. E ele escreveria uma carta para a Folha de São Paulo pedindo repressão e tortura.
E se botassem o Ronaldo? Seria boa desculpa para os corinthianos não tomarem banho (são eles que têm apelido de gambás?) o problema é que as outras torcidas não embarcariam. Os travestis diminuiriam o consumo! Os mais espertos manjariam que ele estaria levando alguma grana das empresas de tratamento de água ou fabricantes de produtos de limpeza... ele não dá ponto sem nó.

O Huck faria uma camiseta e venderia por R$69,90 pra conscientizar o consumo de água #somostodosratos.

Ou se a propaganda fosse o Marcelo Rezende ou a Sheherazade pedindo pena de morte pra quem desperdiça água, o povo repetiria isso feito mantra. Tá na moda. O duro seria evitar ataques de linchamento pra quem desse descarga num xixizinho.

Aí o Huck faria uma camiseta e venderia por R$69,90 pra conscientizar o consumo de água #somostodosvarejeiras.

Mas a voz do Faro passa uma sensação boa... dá até vontade de trocar a água da piscina pra nadar nesse inverno.

Se quisessem mesmo fazer a propaganda parecer bacana, tinha que por o Selton Mello! Ele nos faz aderir. Nem que o cenário fosse um banho de mangueira, esbanjando água num deserto enquanto uma criança morre de sede ao lado, a gente simpatizaria com a Sabesp na hora. Só o Selton Mello nos faria achar legal sermos governados por incompetentes e termos que penar por isso.
O dia que descobrirem isso, ele ganha UMA GRANA com propaganda política!
Mas peraí. A gente embarca na mentira dos caras há 500 anos e o Selton Mello nunca fez campanha pra eles, não e mesmo?

terça-feira, 15 de abril de 2014

O riso e o siso ao redor do mundo

Por Camila Almeida



É legal ser diferente e chamar atenção na rua, no metrô e em todo lugar que se passa. Mas chegar em Hong Kong e encontrar um bando de ocidentais circulando pela cidade, almoçando nos mesmos restaurantes e dividindo o vagão do metrô com você, me fez sentir um alívio que eu não esperava. 

Em Guangzhou nós éramos atração na rua, e eu nunca tinha me sentido tão repreendida antes, ao ponto de voltar ao hotel para trocar de roupa porque de 20 pessoas que cruzaram o nosso caminho, 19 olharam pra nós como se fossemos uns E.T.s. E eu nem estava usando nada muito curto ou decotado. Por causa disso inventamos uma brincadeira de contar os ocidentais que vemos pela rua. 

Macau, Hong Kong e o redor da china são tão próximos um do outro e ainda assim é impressionante como é só cruzar a 'fronteira' e as pessoas param de falar inglês. Na china nem mímica funciona direito. Você atravessa a fronteira e em Hong Kong é tudo em inglês. Eles até têm daqueles ônibus de dois andares como Londres. A mão do trânsito também muda, fica do lado errado como em Londres. Daí você atravessa o canal e mistura tudo, tem placas em português, pessoas falando em chinês, uma loucura.
Mesmo depois de tanto tempo morando fora do Brasil e de ter viajado para vários lugares onde se fala e não se fala inglês, eu ainda hoje me surpreendo ao ver o quanto o inglês é uma língua universal, essencial para quem quer desbravar o mundo. Já pensou se eu chegasse aqui na china tentando falar português com a chinesada? Aí é que morria de fome mesmo. E passar fome aqui na Ásia acho que tá incluso no pacote né?

terça-feira, 8 de abril de 2014

Aventuras na China

Mandamos nossos correspondentes de guerra (isso mesmo, agora o blog tem correspondentes internacionais!) cobrir eventos na China, quem sabe um campeonato de kung fu, uma emocionante partida de pingue-pongue, ou uma bronquite por causa da poluição. Só não pode pegar gripe. É engraçado, se eu compro um eletrônico chinês, é meia-boca, não funciona direito. Mas pega uma gripe lá: morre milhões. A única coisa que funciona bem na China é desgraça. Enchente, doença e terremoto, você tem garantia que vai funcionar. Meu mp3 da Galeria Pagé tinha tles meses de galantia. Tocou por duas semanas, parou e “plonto não tem mais galantia”. A maior parte dos eletrônicos param de funcionar rápido. Aí eu penso: os caras mandaram um foguete pro espaço há pouco tempo, astronauta chinês tem que ser sangue no zóio! Virado no Jiraya.

É claro que os correspondentes estão lá para produzir a mais rica informação e troca cultural com os leitores do blog. Mas quem quiser encomendas, me procure no inbox que proporcionaremos, também, maravilhosa troca de riquezas.

Sem mais delongas, queridos leitores, essa é a primeira foto, onde nosso casal mostra, feliz, o kitinete alugado. Vemos, ao fundo, que além de dourado, há bastante portas e não é para arejar de ar poluído. Cada porta é a moradia de uma família diferente. Mas não se preocupem, pois nossos correspondentes estão graduados na yoga e no tai chi chuan para conseguirem dormir em pé.

Por favor, não estranhem o terceiro elemento na foto, ele não é exatamente um familiar. É apenas uma criança estranha, encontrada no caminho e que havia se perdido dos pais. Nossa fotógrafa explica: “acho que ele tem sérios problemas de dicção, pois não consigo entender uma palavra do que ele diz. Nem quando ele parou de chorar entendíamos. Acabamos comprando essa camiseta marrom e a bermuda bege, de presente, e ele parou de chorar”.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Tá com dó? Adote um bandido...

Desembargador escreve texto propondo que aqueles que defendem os Direitos Humanos devem adotar um bandido, assim acabaríamos com o problema carcerário.
É ótimo e fácil inverter o problema. O culpado joga a culpa na vítima e essa que se vire para resolver o problema. O texto é tão bom e de raciocínio tão elaborado que é viral. Todo mundo compartilha.
Aproveitando o embalo, um médico escreve também que quem reclama do SUS deveria adotar um doente.
O diretor da escola também aproveitou a deixa e quem reclamar da educação, que leve o aluno para casa.
Quem reclamar do asfalto, que ande de carroça, completou o Secretário de Obras.
Quem reclama direito trabalhista, que adote um escravo.
E quem reclamar de políticos, que adote uma puta, porque os filhos estão bem empregados.
Agora, quem reclamar de desembargadores cretinos que tome Lexotan, porque essa gente não tem conserto nem levando pra casa...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Vida de Condomínio: Acessibilidade

Uma das maiores preocupações da construtora e, agora, da administradora, é com a acessibilidade. Há rampas em várias partes do condomínio. Cada torre tem, pelo menos, dois apartamentos destinados a portadores de necessidades especiais de modo que, embora não estejam com ocupação total, podemos contar, no mínimo, seis moradores nessas condições. É lindo! Apesar de serem apenas seis dentre duzentas famílias, podemos ter orgulho de bater no peito e jogar na cara dos condomínios vizinhos: “Nós somos politicamente corretos!”.
Tá certo que no dia do sorteio das vagas foi um pegapracapar que até questionaram a localização dessas vagas. Defenderam que elas deveriam entrar no sorteio e que rezassem para cair próximo ao edifício. Felizmente, o bom senso venceu e as vagas foram estrategicamente colocadas próximas às portas de entrada.
Além disso, investimos também em atividades físicas para esses moradores especiais. Quer dizer, o custo é zero, não chega a ser um investimento, mas um incentivo. Quer dizer, não é bem um incentivo, é um imperativo, uma obrigação. Funciona mais ou menos assim: o cara compra o apartamento no térreo porque é da cota de acessibilidade; a vaga é pintada com aquele símbolo azul e branco, bem próxima à porta; a construtora põe uma rampa praticamente saindo da porta do prédio, mas a outra ponta da rampa fica há uns duzentos metros da vaga. Você precisa atravessar todo o estacionamento para acessar a rampa com sua cadeira – a menos que ela venha equipada com o modo Off-road 4x4, para atravessar o gramado, os pedregulhos e escalar o morro que separam o estacionamento do edifício.
É interessante o conceito. A construtora deu todo o suporte e infraestrutura para que os condôminos pratiquem exercícios. Imagina: o cara sai com a cadeira de rodas, vai até lá na frente e volta, percorrendo uns quatrocentos metros por dia, só para entrar no carro que está há menos de três metros da sua porta. Só me intriga pensar no caso dele esquecer as chaves do carro. Outra coisa é a falta de espaço nas laterais. Acho que eles se arrastam para sair pelo porta-malas.
Juro que um dia vi um deles bater recordes de velocidade para fugir da chuva, já que a rampa fica a céu aberto. Só acho injusto ele poder passar dos vinte quilômetros por hora e a gente não.

Aliás, é impressionante a perseverança do seu Olavo, morador do sétimo andar que teve um derrame. Ele agora precisa de um andador para se locomover. Todos os dias ele sobe e desce a rampa para se exercitar. Deduzo que sejam orientações médicas, já que ele não consegue mais falar. Ato realmente heroico se pensarmos que ele leva uns cinco minutos para percorrer um metro, vezes quatrocentos (ida e volta da rampa), dá quase trinta e quatro horas de caminhada! Nunca consegui acompanhar a volta completa. Já me sentei na sacada por algumas vezes, mas caio no sono em poucos minutos. Qualquer dia passo de carro e ofereço carona para agilizar.