Google+ O Riso e o Siso: Sobre lobinhos e mamadeiras

terça-feira, 12 de março de 2013

Sobre lobinhos e mamadeiras


Nosso querido personagem já foi um forinha-da-lei, um cowboyzinho do mal, um pistoleirinho do playground! A vizinhança se lembra muito bem quando o pequeno peralta assombrava a molecada, fazendo estripulias e arrepiando os cabelos das velhinhas...
Sua trilha sonora era Raul Seixas. Cowboy fora-da-lei era sua canção de ninar.
Seu velotrol envenenado botava pra correr vovós, titias e babás - para segura-lo.
Seu hobby preferido, na pré-adolescência, era desenhar palavrões nos muros e ofender os convivas.
Um dia ele quis chocar as vigilantes da moral e dos bons costumes desenhando um pênis com três testículos.  A lógica era: se um com duas bolas era ofensivo, com três seria o fim-dos-tempos. 
Todos acharam lindinho o "sorvete" de ponta-cabeça.
Infelizmente, para ele, sua concepção de xingamento não era lá muito ofensiva. O primeiro palavrão que desferiu foi um naná, depois dadá, até aprender a dizer deputado. Um dia, pelas más influências, descobriu que era ofensivo chamar o coleguinha de menina. A partir dali, qualquer um que atravessasse seu caminho era logo taxado de "sua menina". Não perdoava nem a própria mãe:
-Compra mãe?
-Agora não tenho dinheiro.
-Ah compra!!! Sua menina!!
Era realmente um selvagem mirim. Um aspirante a boçal. Só uma surra o faria melhor. E foi o que a mãe fez: uma violenta, traiçoeira e brutal chinelada cheia de amor no bumbum! Traumatizante! Inexplicável! Isso seria imperdoável para o fora-da-lei adulto, anos mais tarde. Muitos diriam que esse foi o real motivo da rebeldia do menino.
Mas, o que poucos sabem, é que, assim como um filhote de mafargafinho nasce para mafargafar, o menino nasceu para a maldade. Desde o berçário ele socava e chutava o ar esperando acertar alguém. Fazia coisas horríveis na fralda e adorava pegar nos peitos das enfermeiras.
Para externar toda sua rebeldia, pegava o andador e saia batendo pelos móveis da casa. Derrubava vasos no chão e deixava brinquedos espalhados pela casa. Ele realmente queria espalhar o caos...
Naquele dia da amorosa surra de chinelo, ele reuniu tudo de pior dentro dele, toda a ternura reprimida, as cólicas na barriguinha e a papinha de banana digirida e, com seu cheirinho de talco malígno, montou em seu possante velotrol e foi até a geladeira. Bebeu o leite no bico!

11 comentários:

  1. Que legal, adorei. Espero as cenas dos proximos capitulos...

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  2. muito legal a sua história. Acho que vou narrar algumas aventuras desse pequeno aqui na amazônia. Aque ele receberá o nome de curumim

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    1. Valeu Rômulo! Achei muito interessante saber que meu texto chega até a Amazônia! Que legal!

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  3. Olha aí a minha versão http://poematisando.blogspot.com.br/2013/03/as-peraltices-de-jhone-boy-um-curumim.html

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  4. http://poematisando.blogspot.com.br/2013/03/as-peraltices-de-jhone-boy-um-curumim.html

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    1. Hehe bacana! Eu vi lá! Valeu pelo retorno! vou pegar uma sua e fazer uma versão blz?

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  5. Ai Neto...rsrrsrs muito bom, mas, sabe de uma coisa? Toda essa sitação de Raul Seixas...eu acho que me lembro bem desse curumim malígno!!! rsrsrsr..abração!

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