terça-feira, 24 de setembro de 2013
Democraticamente
Democraticamente ele foi eleito deputado federal (assim mesmo, em minúsculas, que é a moral dele para assumir tal função). Democraticamente usou o microfone para espalhar preconceitos democráticos contra as minorias; afinal ele tem direitos, liberdade de expressão e tudo mais. Democraticamente ele não entrou para a comissão que foi convidada a visitar as instalações do antigo DOI-Codi, onde nada democraticamente se torturava pessoas democráticas. Aí então, ele, democraticamente, resolveu forçar entrada, reivindicando para si direitos de ir e vir e liberdades constitucionais; afinal, se a regra para entrar era ter sido convidado, ele podia, democraticamente, burlar a regra, como todas as pessoas o fazem diariamente. Ao ser, democraticamente, impelido a seguir as normas, ele deu um soco bem democrático na costela de um Senador (que é um soco distribuído em todos os trens e ônibus lotados, em todos os hospitais sucateados e em todas as contas superfaturadas), também eleito democraticamente. Depois ele foi à mídia democrática e explicou bem democraticamente que havia apenas empurrado "aquele lixo de parlamentar que defende aqueles lixos de minoria, de pobre e de trabalhadores". E, democraticamente, a notícia se espalhou. E, democraticamente, as pessoas formaram opiniões. E, democraticamente, alguns apoiaram o agressor democraticamente cretino; afinal, ser cretino é direito natural, subjacente, de qualquer indivíduo. E, democraticamente ele se promoveu e, democraticamente, receberá votos para continuar um representante democrático. Masperaí, ele não defende a ditadura?
terça-feira, 17 de setembro de 2013
éééé doooo Brasil sil sil...

Por causa dos acontecimentos, a visita de Dilma aos EUA foi adiada em decisão conjunta, na verdade o Obama lembrou que ela tinha consulta no médico. Agora é assim: o Obama tem que ficar lembrando compromissos e contatos da agenda da presidenta. O cara tá virando secretário dela!
Vazou um documento no Wikileaks, que a monitoração do governo brasileiro foi ideia de um especialista em políticas públicas da Casa Branca. Eles estão tão ferrados que começaram a espionar o Brasil, para se sentirem melhor. É uma questão de auto-estima. Eles estavam se achando ferrados, com problemas de dívida pública, problemas na saúde, emprego, educação, segurança. A ideia foi brilhante "Olha o Brasil, Obama. A gente podia estar pior!".
Espionando o Brasil, rolou uma proposta da Casa Branca, que na verdade soa mais como uma ameaça: se a Síria não entregar as armas químicas, vamos montar um governo provisório brasileiro lá. O Brasil vai se dar bem nessa! Vamos exportar as tranqueiras e depois a gente faz o programa Mais Políticos. Vamos encostar os nossos e trazer os de fora. É bem mais barato e eficiente!

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Eu te conheço... Noé, certo? |
Gente, o curriculo do cara é de assombrar: foi vereador dos Integralistas, deputado pelo ARENA, advogado de Barrabás e imediato de Noé.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Carnaval fora de época
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Village People |
Com essa mania de ser literal, o povo brasileiro leu na fachada "casa do povo" e resolveu entrar na Câmara. Foram recebidos com confetes, serpentinas e espuma pelo "bloco dos astronautas". O carnaval fora de época é marca registrada nas festividades brasilienses, ocorre durante o ano todo na Esplanada.
Além desse bloco, há o do "bolso cheio" e "mascarados", há também o das "amadas amantes" e, inclusive o do "arco-íris em preto e branco", que sempre ora pela verba alheia.
Mas a entrada é limitada. O presidente da casa explicou que o tratamento dado aos visitantes é diferenciado pois o carnaval contempla eleitos e eleitores, cada um a seu tento. "Foliões visitantes serão proibidos de usar máscaras no baile. Essa é prerrogativa apenas dos representantes" avisou o líder da bancada.
Um grupo de artistas fantasiados, e sem máscaras, levou a galera ao êxtase com o cover do Village People, no hit YMCA. Até o pipoqueiro do salão se envolveu na dança.
No plenário, o bloco dos mascarados elogiou a interação do público com a casa de shows. Se disseram emocionados pelo reconhecimento do trabalho duro desenvolvido ao longo do mandato e agradeceram a confiança depositada em votos secretos.
"O povo brasileiro vem dando uma grande lição de inclusão e tolerância, mantendo um presidiário como 'funcionário' da nação", declarou um dos políticos.
Quanto à acusação de que a folia estava extrapolando e beirando à quebra de decoro, o presidente do clube respondeu: "decoro e regras são feitos para serem quebrados, desde que de forma ordenada e pacífica, com as porcentagens bem definidas. Só não pode vandalizar"
Foi uma bela festa, que durará o resto do ano e, quiçá, do mandato. Todos terminaram em clima de congraçamento.
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