Google+ O Riso e o Siso: O samba, o trem e o Arnesto

terça-feira, 2 de julho de 2013

O samba, o trem e o Arnesto

Década de 60, um casal namora no bailinho do centro da cidade. Era aqueles tempos em que as moças diziam não porque era de família. Os homens iniciavam em casa de tolerância. Terninho para o público masculino era de praxe e moça que prestava usava vestido comprido e rodado com cachinhos no cabelo.
Ela, moça recatada. Ele, malandro descolado. Ela, fazendo charme e trejeitos. Ele, tentando uma casquinha. Ela, dizia não. Ele, tentava: vai que sim. Ela, sorria e desviava. Ele, beijava o ar. Ela não ia. Ele se impacientava.

Era tanta mulher dando mole no salão e ainda o convite para samba do Arnesto correndo no Braz.

-Bom, acho que vou indo!
-Amor, fica mais um pouquinho?
-Não posso, não posso nem mais um minuto.
-Ah, por quê?
-Moro em Jaçanã, é longe.
-Mas como você vai?
-Vou de trem,
-De trem?
-É, o último é às onze. Se eu perder...
-Mas não tem trem pra lá às onze...
-Bom, mas eu vou de carona...
-De trem, ou de carona?
-Bom... é... é.... minha mãe não dorme enquanto eu não chego.
-O quê? Um marmanjo dessa idade?
-Verdade! Eu sou filho único! Ela tem medo de dormir sozinha.
-Mas espera só mais um pouquinho! Você já vai...
-Não dá, tenho que ir pra acordar cedo e arrumar a casa.
-Sua mãe não faz isso?
-Faz, faz, mas é que...

Ele virava os olhos. A moçada toda indo pra casa do Arnesto e ele ali! Disse que ia ao banheiro, beijou algumas no caminho, se encontrou com a moçada e rumou para o Bráz. Mas isso já é uma outra história...

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