Google+ O Riso e o Siso: Aumento da intolerância

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Aumento da intolerância

A prefeitura de Porto Alegre aprovou lei tornando obrigatório ensino sobre o holocausto. Acertadamente ela começa a tomar providências para diminuir incidentes com neonazistas – que, aparentemente, estão em expansão não só na capital gaúcha.
A ameaça de se esquecer dos horrores vividos na Segunda Grande Guerra é iminente, basta vermos o aumento de movimentos antissemitas e intolerantes com minorias – gays, imigrantes, etc. E quando se fala na necessidade de nos garantirmos contra tais comportamentos não quer dizer simplesmente proteção ou favorecimento a judeus. Mas sim questão de protegermos a humanidade da repetição da barbárie da década de 40. Quem sofre em episódios assim não é uma etnia, um grupo com orientação sexual diversa ou portadores de necessidades especiais; é a humanidade, a civilização, a vida em si perde o sentido. Foi um período tão traumatizante da história que o pensador Theodor Adorno, um grande estudioso do período, questionava se seria possível se fazer poesia após Auschwitz.
O pouco que aprendemos nas aulas de história não da conta do horror e da profundidade do problema. Não temos noção do que foi Auschwitz, por exemplo, até nos dirigirmos ao seu portão de entrada. Os acontecimentos, e as proporções que tiveram, dentro daquelas cercas eletrificadas são enormes para serem apenas mencionados em parcas aulas, quanto mais para serem deixados de lado.
Questionamentos e posicionamentos contrários só fazem provar a extrema necessidade de sanarmos esta deficiência. Chega a ser ridículo o questionamento do objetivo da lei e de sua ligação apenas com judeus bem como da ausência de outras minorias, e de outros fatos históricos importantes. As vítimas do holocausto iam desde políticos poloneses, militares russos, judeus de toda a Europa, homossexuais, ciganos a quaisquer opositores do regime em geral, bem como a própria humanidade. É um episódio emblemático demonstrando a barbaridade e a animalidade a que humanos podem aderir. Prevenirmo-nos desse e de outros acontecimentos desumanos da história é questão a ser exposta e alertada para que jamais aconteça novamente.
Adorno era taxativo a despeito do horror do holocausto: “que Auschwitz não se repita”.

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