Google+ O Riso e o Siso: Sobre lobos e gazelas - A caçada...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sobre lobos e gazelas - A caçada...

purpurinada
A dupla estava empenhada em resolver a questão: ele era ou não era broxa?
Um fora-da-lei que se preze não pode ser broxa, não pode fugir da briga e não pode afinar a voz. E um bom companheiro de aventuras, um escudeiro não pode negar ajuda, nem quer ser coadjuvante de um zé ruela qualquer. Se for pra coadjuvar, que seja de um herói (ou O anti-herói, no caso), e que seja num enredo brilhante! Por isso tanto empenho em se descobrir se o "pistoleiro" negava fogo.
A primeira atitude foi repetir para si mesmo na frente do espelho:
-Você não é broxa, você não é broxa, você não é broxa...
A segunda, foi secar uma garrafa de catuaba e toneladas de paçoquinha. Porque naquele tempo não havia viagra.
E a terceira, foi buscar um pouco de amor de aluguel nessas "casas de tolerância", como se dizia antigamente, o que se mostrou inviável, pois nossos aspirantes a foras-da-lei ainda guardavam resquícios de moral pudica, implantados no subconsciente pelas reprimendas da avó e das tias assexuadas.
-Pô, ando meio sem dinheiro pra isso!
-É, eu também.
Foi o que se limitaram a dizer sobre o episódio. O alívio foi a argamassa para assentar esse segredo. Ninguém mais falaria nessa hipótese.
Mas o fiel escudeiro, como todo bom ajudante, se pôs a estudar o caso e buscar soluções:
-Claro, bicho! Minha vizinha! Pô...
-Cê acha que ela dá?
-Vai por mim! Aquela Zinha adora a curtição! Você só não vai rasgar o selo, porque ela já adorou a curtição com quase todos do condomínio...
Daí foi tudo combinado, apenas com uma recomendação:
-Toma cuidado com o irmão dela, o tipo é meio estranho...
Passado o dia combinado, o encontro dos dois foi ansiado para botar as novidades em dia.
-E aí bicho? Como foi? Deu tudo certo?
-Certo? Certo o caramba! Cheguei, bati na porta, me atendeu uma coisinha fofa, delicada, nada a ver com a que você me descreveu, mas já fui logo tascando um beijo na boca e passando a mão por todos os cantos, como você falou, fui arrancando a roupa, ela foi virando de costas, se esfregando em mim mas, quando fui passar a mão, percebi que ela tinha um pacote no meio das pernas, pô!
-Como assim cara? Aquela morena tem uma piroca?
-Que morena o quê? Uma branquelinha magrela sem sal.
-Ihh, caramba, então era o irmão dela! Falei pra você tomar cuidado que o cara era meio estranho!
-Que estranho? Como estranho? Achei que ele fosse torto, que fosse zaroio, manco, doido, sei lá, não que ele fosse viado, porra!
-Mas e aí? O que você fez? Deu pra sacar se o negócio funciona, ou você broxou?
-Porra, bicho, e você acha que eu tinha cabeça pra alguma coisa depois desse susto? Seu xexelento! Tô ficando com medo de você, pô!

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