Google+ O Riso e o Siso: Marcio

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Marcio

Mais um post triste! Mais perdas nesse começo de ano. Tantas perdas nos últimos tempos. Mas, sinto, que  talvez qualquer perda seja excessiva em qualquer prazo. Uma vida inteira leva para digerirmos algumas perdas.
Eu quis escrever algo engraçado, como é o escopo desse blog. Apesar de contemplarmos o Siso logo de cara! Eu tentei. Obviamente não consegui. 
Gostaria de ter na ponta da língua para falar bonito como tantos textos que li, em homenagem ao amigo que se foi. Não sei se consigo. Não sei se é possível. Parece que qualquer tentativa seria tola e injusta. Injusta pois nem 32 mil linhas resumirão seus 32 anos. Nem talvez contemplem os aspectos que ele gostaria em uma homenagem.
Aliás, sempre quis mandar às favas qualquer homenagem póstuma. Nunca me fez muito sentido homenagear uma pessoa que nunca saberá da homenagem. Demonstrar aos outros todo o valor que essa pessoa teve, enquanto ela, talvez, vivesse sem o saber.
Acontece que esse é meu segundo amigo (que possa chamar de amigo) a falecer, e o mesmo sentimento me martela: que arrependimento da distância tomada nos últimos tempos - as conversas de facebook não nos aproxima, apenas comprovam o distanciamento entre as pessoas - e quanto arrependimento de não ter dito o quanto essa pessoa importava para nós!
É mais ou menos assim:
Cada vez que entrava no blog, eu via sua pequena foto no quadrinho de assinantes, como se me olhasse e dissesse "vê lá o que vai escrever, hein!? Nada de repetir os preconceitos e opressões do dia-a-dia" e a cada nova postagem o pensamento "o que será que ele dirá sobre isso?". Porque uma coisa eu tenho que dizer, o cara era INTELIGENTE. Como poucos que eu já conheci, SE eu já conheci! E eu, que não tenho os mesmos dons, ficava inseguro em escorregar nas palavras. Ele tinha a capacidade de sempre apontar um ponto de vista diferente, e tão diferente, e tão interessante, que me fazia duvidar do que eu já aprendi. E essa inteligência lhe dava não só o dom crítico, mas também a generosidade de reconhecer em você as coisas boas que  você nunca havia percebido. A generosidade de concordar com você no que seria seu erro. A generosidade de errar também, pra mostrar que você não está sozinho e dizer que todo mundo faz cagada, e que a sua cagada te faz único em suas experiências, e isso te valoriza. Creio que estou sendo óbvio para quem o conhecia.
Desnecessário dizer que sempre aguardei seus comentários sobre meus medíocres contos desse blog, e que me frustrava mais não recebê-los do que levar um xingo. Desnecessário, também, dizer o quanto sentirei sua falta e o quanto desejo que sua foto jamais se apague ali no canto esquerdo do meu blog. Pois, acho que sempre levarei comigo as lembranças de nossas conversas e os conselhos dados nos bancos dos jardins de Marília...
E, infelizmente, sinto que estou sendo injusto ao escrever...

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